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Dólar fecha na mínima do dia

Até o último dia 21, os bancos também estavam vendidos em US$ 8,03 bilhões no mercado à vista.

Fonte: Valor Econômico

A inflação mais alta que o esperado e as vendas de tesourarias bancárias puxaram a baixa do dólar na quarta-feira. A moeda americana recuou 0,29%, a R$ 2,037, mínima do dia e menor cotação em uma semana.

"A discussão sobre se o Banco Central e o governo poderão deixar o dólar cair para perto de R$ 2 ou abaixo disso ganhou força com os dados de inflação de hoje [ontem]", disse Luís Otavio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC, em referência ao IPCA-15 divulgado ontem. O indicador subiu 0,88% em janeiro, superando as expectativas de todos os 10 analistas consultados pelo Valor Data.

Mesmo faltando mais de uma semana para o vencimento de contratos de derivativos cambiais na BM&F, agentes do mercado já têm notado operações de venda por parte dos bancos, tentando forçar maiores quedas da Ptax - taxa que serve de referência para a liquidação de diversos contratos cambiais. Em níveis mais baixos, a taxa seria mais conveniente para essas instituições, que até terça carregavam posição vendida (ganham com a queda do dólar) de US$ 5,137 bilhões na BM&F. Até o último dia 21, os bancos também estavam vendidos em US$ 8,03 bilhões no mercado à vista.

Operadores veem a possibilidade de maior volatilidade no câmbio na próxima semana, dado o vencimento de mais de US$ 3 bilhões em swaps cambiais tradicionais e de operações de recompra dos contratos de linha compromissada oferecidos pelo BC em dezembro. Caso não sejam rolados, ambos instrumentos podem pressionar o dólar para cima.

Para Leal, a decisão do BC de rolar ou não esses contratos será mais importante pela sinalização ao mercado do que pelo seu efeito imediato sobre o câmbio.

"Se o BC deixar os contratos vencerem, com o dólar perto de R$ 2,03, a interpretação do mercado será que ele ainda não está pensando em usar o câmbio para segurar a inflação. Mas, se rolar, e o dólar estiver nesse patamar, a leitura será outra", disse. "Mais importante que o efeito da medida no câmbio será o impacto na expectativa do mercado."

O mercado vê indícios de que ainda há espaço para o dólar cair e que há pouco interesse entre agentes em puxar uma alta mais forte, dada a convicção que o BC defenderá os R$ 2,10. "Não que vá cair de uma vez, mas com a inflação pressionada, o mercado não se sente confortável em puxar a moeda", diz Felipe Pellegrini, gerente de operações do Banco Confidence.